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Acidentes por animais peçonhentos aumenta no DF, escorpião é o mais comum

O escorpião amarelo é o mais comum e seu veneno pode causar acidentes...

Durante o período das chuvas, escorpiões e aranhas buscam abrigo em locais secos, aumentando o risco de acidentes domésticos. No Distrito Federal, foram registrados 2.922 casos de acidentes com escorpiões até o momento, superando os 2.706 casos do ano anterior. O escorpião amarelo é o mais comum e seu veneno pode causar acidentes leves, moderados ou graves, especialmente em crianças e idosos. Além do escorpião amarelo, outras espécies como o escorpião preto e o de patas rajadas também são encontradas na região.

Já os acidentes com aranhas passaram de 124 para 172 casos. Os escorpiões são animais noturnos que não regulam a própria temperatura. Nos meses mais frios, costumam diminuir seu metabolismo, ficando menos ativos. Por isso, os acidentes causados por escorpiões costumam aumentar nos meses mais quentes, o que varia dependendo de cada região. No Distrito Federal, por exemplo, os acidentes começam a aumentar a partir de agosto, atingindo o ápice entre outubro, novembro e dezembro.

Este ano, em novembro, a filha de Ariane Póvoa, Alice, de 1 ano e 4 meses, foi picada por um escorpião. Segundo Ariane, o caso aconteceu em casa, enquanto a criança estava no berço: “Alice acordou pela manhã chorando de forma incomum, mais intensa do que o habitual; tentei acalmar, mas não consegui. Até que ela apontou para o braço, falando ‘dodói’, foi quando encontrei a picada no braço”. O escorpião foi encontrado debaixo do travesseiro. “Eu moro no terceiro andar na Asa Norte e nunca imaginei que isso pudesse acontecer, ainda mais dentro do berço da minha filha”, comentou.

Diante da situação, Ariane entrou em contato com a pediatra de Alice, que recomendou ligar para o CIATOX, centro de informações toxicológicas. Seguindo as orientações recebidas, ela foi encaminhada a um hospital da rede pública, já que o tratamento com soro antiescorpiônico, caso necessário, só é disponibilizado nesses hospitais. Inicialmente, Ariane foi ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), mas ao chegar descobriu que o local não atendia mais casos pediátricos. Em seguida, correu para o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), onde Alice foi atendida.

No HMIB, o médico avaliou a picada e, considerando o tempo transcorrido – cerca de duas horas –, concluiu tratar-se de um caso leve. Alice não apresentou sintomas mais graves, como náuseas ou vômitos, comuns em quadros graves. Mesmo assim, foi mantida em observação por oito horas. Após o monitoramento, Alice foi liberada para casa.

Ariane destacou ainda que, enquanto estava no hospital, notou a frequência de casos semelhantes. No mesmo dia, outras três crianças deram entrada no HMIB devido a picadas de escorpião. Depois do ocorrido, Ariane descobriu que outros moradores da Asa Norte, onde mora, também relataram encontrar escorpiões em seus apartamentos.

O médico Vinicius Carlesso explica: “Existem três níveis de gravidade. Nos quadros leves, utilizamos analgesia e bloqueio anestésico local para aliviar dor e parestesias. Nos casos moderados, caracterizados por dor intensa, sudorese, náuseas e taquicardia, empregamos hidratação endovenosa, sintomáticos e Soro Anti-escorpiônico. Nos casos graves, que apresentam sudorese profunda, vômitos, salivação excessiva, alterações cardíacas e respiratórias, convulsões e coma, é necessária internação e tratamento intensivo”.

O médico ressalta que é fundamental procurar atendimento médico imediato para avaliar a gravidade e definir a conduta adequada, incluindo avaliação de sinais vitais, exames laboratoriais e eletrocardiograma.

A Secretária de Saúde informa que em caso de emergência por picadas de animais peçonhentos, deve entrar em contato imediatamente com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) ou com o Corpo de Bombeiros (193). A Secretaria de Saúde também oferece o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOX), que funciona 24 horas por dia durante todo o ano, com uma equipe multidisciplinar para prestar orientações à população, o número da CIATOX: 0800-644-6774 / (61) 99288-9358.

Hospitais Regionais para Tratamento de Acidentes por animais peçonhentos

Hospital Regional da Asa Norte: trata acidentes com jararaca, cascavel, escorpião, aranha armadeira, aranha marrom e lagarta lonomia, oferecendo soros antibotrópico, anticrotálico, antiescorpiônico, antiaracnídeo e antilonômico.

Hospital Regional do Guará: atende apenas acidentes com escorpião, com disponibilidade de soro antiescorpiônico.

Hospitais Regionais de Brazlândia, Ceilândia, Gama, Santa Maria, Planaltina, Sobradinho e Taguatinga: atendem acidentes com jararaca, cascavel, escorpião e aranha, oferecendo soros antibotrópico, anticrotálico, antiescorpiônico e antiaracnídeo.

 

Por Jornal de Brasília

Foto: Tony Oliveira Agência Brasília / Reprodução Jornal de Brasília

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