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Programa de Monitorização Contínua de Glicose completa 5 anos e melhora a vida de mais de 800 pacientes

Aos 27 anos, Milana da Silva lembra exatamente do dia em que descobriu...

Aos 27 anos, Milana da Silva lembra exatamente do dia em que descobriu que tinha a diabetes tipo 1. “Foi em 2018, uma semana depois de eu fazer 20 anos. Eu sentia muita sede, cansaço e dor na barriga. Quando fui ao hospital, veio a confirmação”, conta a fisioterapeuta.O choque inicial veio com uma rotina nova e difícil. “Eu tinha que furar o dedo toda hora. Teve vezes em que apliquei insulina demais e não comia o suficiente. Eu tive episódios de hipoglicemia de madrugada e meus pais ficavam muito preocupados”, diz.Segundo ela, a virada veio quando entrou no Programa de Monitorização Contínua de Glicose da Secretaria de Saúde (SES). Milana passou a usar o sensor do programa, um dispositivo fixado no braço que mede a glicemia o tempo todo e compartilha os dados com a SES. “Quando comecei a usar o sensor, achei uma maravilha. É rápido, prático. O gráfico mostra como a glicemia se comporta e dá para ver se apliquei demais ou de menos”, afirma Milana.Ela diz que o programa tornou um aparelho inacessível em algo possível. “Um sensor custa R$ 300 reais. Eu preciso de dois por mês, o que dá R$ 600. Eu não ia conseguir pagar. Ainda bem que tem esse programa porque o sensor dá autonomia e qualidade de vida”, aponta a fisioterapeuta.Além dela, outras 846 pessoas no DF participam do Programa de Monitorização Contínua de Glicose, criado em dezembro de 2020. Segundo Eliziane Leite endocrinologista do Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedor), o DF é referência no tratamento de diabetes no Brasil. “Além do histórico de oferecer as melhores insulinas muito antes de o Ministério da Saúde incorporá-las para pacientes com diabetes tipo 1, também fomos pioneiros no programa de bomba de insulina e no programa de monitorização glicêmica”, destaca a médica.Quem tem direitoEliziane Leite explica que, para ser atendido no Cedor, o paciente precisa ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS). “Para participar do programa, o paciente precisa ter diagnóstico de diabetes tipo 1 há pelo menos dois anos, hemoglobina glicada igual ou acima de 8% e rotina de autocuidado”, esclarece a médica.Segundo ela, todo o processo de entrada é online: o paciente envia exames, dados do tratamento e a receita médica. Depois, uma equipe técnica avalia e autoriza o uso. “Temos ainda os critérios de continuidade no programa. O paciente precisa mostrar compromisso e comprovar que está usando bem a tecnologia”, complementa.O professor de Língua Portuguesa Lucas Ferreira conheceu o programa depois de ser encaminhado pela regulação e, há cerca de um ano, usa o sensor. “O glicosímetro, que precisa dos furos no dedo, só mostra um momento. Já o sensor mostra tudo: como foi meu dia inteiro, como a minha glicose ficou durante a noite. Isso me dá mais liberdade, basta estar com o celular para acompanhar”, conclui.Por Revista Plano B Fonte Agência Brasília Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
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