O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira (26/11) o registro da vacina Butantan-DV, conta a dengue, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Produzida pelo Instituto Butantan, o imunizante será ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026.
Durante o evento, Padilha afirmou que “hoje é um dia de alegria, de vitória da vacina, de vitória da ciência, de vitória da cooperação entre o SUS e suas instituições públicas”. Segundo o Instituto Butantan, há 1 milhão de doses prontas para distribuição, e a previsão é alcançar mais de 30 milhões de unidades até meados de 2026.
O ministro destacou a qualidade do imunizante ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmando que “sabemos da segurança desta vacina. Estamos falando de um hat-trick: é uma vacina 100% brasileira, tem capacidade de proteção ampla e é uma dose apenas”. A Butantan-DV é o primeiro imunizante do mundo contra a dengue com dose única.
O governo informou que a vacina será integrada ao Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta será apresentada nesta quinta-feira (27) à Comissão Tripartite, responsável pela pactuação entre União, estados e municípios.
“Queremos começar a utilização dessa vacina no começo do calendário vacinal de 2026”, reforçou Padilha.
Dose única ‘muda o jogo’
A secretária-executiva da Saúde de São Paulo, Priscilla Perdicaris, lembrou que o país registrou 866 mil casos de dengue e 1.108 mortes em 2025 e afirmou que “mesmo antes da aprovação, o Butantan correu para produzir 1 milhão de doses porque sabíamos que os estudos eram robustos”.
Para ela, a dose única “muda completamente a história do jogo, facilita a logística e aumenta a adesão”.
O governador Tarcísio de Freitas disse que o formato de dose única “vai nos ajudar muito do ponto de vista da logística e da cobertura vacinal”, acrescentando que o país ainda perde muitas vidas para a dengue.
Já o diretor-presidente da Anvisa, Leandro Pinheiro Safatle, classificou o registro como motivo de orgulho e afirmou que “estamos avançando com o registro de uma tecnologia desenvolvida e feita nacionalmente”.
Ele destacou que o estudo contou com apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério da Saúde, que destinou R$ 130 milhões às fases 2 e 3 da pesquisa.
*Estagiária sob a supervisão de Victor Correia
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Walterson Rosa/MS







