Guilherme Boulos foi anunciado, nesta segunda-feira (20), como novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, no lugar de Márcio Macêdo.
Nascido na capital paulista, Guilherme Castro Boulos, de 43 anos, é graduado em Filosofia pela USP (Universidade de São Paulo) e mestre em Psiquiatria pela mesma instituição.
Boulos ascendeu à política como uma das lideranças do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Em biografia oficial, diz ter se dedicado, durante décadas, “à luta social por moradia digna e reforma urbana no Brasil”.
Em 2022, pelo PSOL, foi eleito o deputado federal mais votado de São Paulo, com 1.001.472 votos.
Também pelo PSOL, foi candidato à Presidência da República em 2018 e disputou a Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2020 e 2024; em ambas, acabaria derrotado no segundo turno, para Bruno Covas (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB).
Na eleição de 2024, Boulos contou com apoio do presidente Lula (PT) desde o primeiro turno. Foi o presidente da República quem articulou para que a ex-prefeita Marta Suplicy, que estava afastada da esquerda, voltasse ao Partido dos Trabalhadores e fosse indicada para a vice do então candidato do PSOL.
A eleição de 2024 em São Paulo foi a primeira em que o PT, que já elegeu prefeitos na capital paulista em três ocasiões, abdicou de candidatura própria para apoiar um nome de fora da legenda.
Militância
Na Secretaria-Geral da Presidência da República, Boulos ficará responsável, sobretudo, pelas articulações do governo com movimentos sociais.
Em setembro, Boulos foi um dos articuladores políticos das manifestações de rua de esquerda contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem e o PL (Projeto de Lei) da Anistia.
Após os atos, o primeiro projeto foi enterrado no Senado e o segundo, não avançou mais na Câmara. E, em meio a isso, pautas prioritárias ao governo passaram a avançar, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
A partir de sua experiência como militante, Boulos escreveu, nos últimos anos, livros como “Pra onde vai a esquerda?” (Contracorrente, 2025) – classificado por ele mesmo como um “chamado para a luta” – e “Sem Medo do Futuro” (Contracorrente, 2022) – que propõe caminhos para que o país “retome a esperança”.
* Publicado por Henrique Sales Barros
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Edi Sousa/Ato Press/Estadão Conteúdo