Aliados próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enxergam um jogo arriscado do petista em subir neste momento o tom do discurso sobre a agenda internacional.
Ontem, em evento em São Bernardo do Campo, Lula disse que não vai aceitar que “outro país ouse falar grosso com o Brasil”.
A declaração ocorre poucos dias após a primeira reunião entre Brasil e Estados Unidos para destravar a negociação a respeito do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.
De acordo com interlocutores, Lula já havia defendido internamente que não se deve “baixar a cabeça” para os Estados Unidos e entende que a postura firme em defesa da soberania nacional elevou o Brasil na negociação.
A primeira conversa entre Brasil e Estados Unidos, ocorrida na semana passada entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário americano Marco Rubio, apontou para um possível encontro entre Lula e Trump já nas próximas semanas.
Havia expectativa de que eles pudessem se reunir em uma agenda comum na Malásia no fim do mês.
Mas já se especula a possibilidade de outro formato para a reunião, dado o prazo apertado e a incerteza sobre a viagem de Trump ao país asiático.
Lula, como informou a CNN Brasil, prefere que o encontro com Trump tenha um formato mais formal. O petista não se opõe à ideia de uma reunião na Malásia. Mas, se for para ser recebido nos Estados Unidos, Lula considera que o melhor seria uma agenda na Casa Branca.
Ele chegou a se queixar explicitamente a interlocutores ouvidos pela CNN Brasil sobre a possibilidade de uma reunião ocorrer em Mar-a-Lago, resort do presidente americano na Florida.
Se depender das expectativas de aliados do presidente brasileiro, o encontro só ocorrerá quando a negociação sobre o tarifaço estiver adiantada. A ideia é que os termos de um acordo sejam alinhados previamente, para que os dois presidentes possam formalizar um acerto.
Por Revista Plano B
Fonte CNN Brasil
Foto: CNN