Em Ceilândia, uma cena se repete todos os dias: senhoras dançam carimbó, crianças ensaiam balé e jovens praticam manobras de skate, todos em um mesmo espaço. Trata-se do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU das Artes), equipamento urbano criado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para oferecer mais qualidade de vida à comunidade, por meio de esporte, cultura e cidadania.
A cena também se repete em várias regiões do DF, onde os CEUs das Artes e as Praças dos Direitos já beneficiaram mais de 25 mil pessoas desde 2019, com atividades gratuitas que vêm consolidando esses espaços como referência de inclusão e transformação social.
Para a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, esses equipamentos têm papel central na vida das comunidades. “Os CEUs das Artes e as Praças dos Direitos são mais do que estruturas físicas — são pontos de encontro, oportunidades e acolhimento. É onde transformamos vidas com políticas públicas que chegam de verdade à população”, diz.
No CEU das Artes da QNM 28, em Ceilândia, o gerente da unidade, Correia de Britto, conta que, a cada semana, passam cerca de 700 pessoas por lá. “Temos modalidades como karatê, jiu-jítsu, futsal, vôlei, basquete, além das aulas de dança e das oficinas culturais. A procura maior é pelo futebol e pelas danças, como balé e carimbó”, conta.
A professora de balé, Bianca dos Santos Lima, acompanha de perto a evolução das 35 meninas inscritas em suas turmas. “É gratificante ver o desenvolvimento delas. Muitas chegaram tímidas, com vergonha de se apresentar. Hoje sobem ao palco com segurança e confiança, e isso vai muito além da dança: ajuda na autoestima, na disciplina e no convívio em grupo”, afirma Bianca. “O projeto abre portas que muitas famílias não teriam condições de oferecer. Aqui, as meninas têm acesso gratuito a algo que normalmente seria caro e distante da realidade delas”, acrescenta. Bianca atua como voluntária no local.
Além das oficinas, os alunos recebem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por pedagogos, psicólogos, assistentes sociais e educadores. A metodologia usada, chamada DNA do Brasil, identifica talentos e perfis para direcionar cada participante às atividades que mais se adequam ao seu potencial.
Qualidade de vida para a comunidade
A aposentada Maria Carlos Silva de Sousa, 79, afirma que a rotina de ginástica a mantém longe da depressão.“Isso aqui é maravilhoso. A gente até esquece que está velha, sai da ansiedade e não precisa tomar remédio nem para dormir”, afirmou.
A professora Edinalva Maria Ferreira da Silva, 63, hoje responsável pelas aulas de carimbó, também encontrou no espaço uma forma de superar uma fase difícil. “Eu estava no fundo do poço com a depressão e foi aqui que renasci. Hoje, dar aula de carimbó me enche de alegria, principalmente quando vejo a transformação das senhoras que participam”, relata.
Por Revista Plano B
Fonte Agência Brasília
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília