Criado em 2021 pelo Governo do Distrito Federal (GDF), o Programa Voluntário Social Esportivo soma um investimento de quase R$ 4 milhões para levar mais saúde, lazer e bem-estar à população do DF. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF), ampliou o acesso gratuito a modalidades esportivas e fortaleceu laços comunitários por meio da atuação de educadores voluntários, que recebem um auxílio para alimentação e transporte. De dezembro de 2021 até setembro deste ano, o programa beneficiou mais de 87 mil pessoas.
Foi nesse ambiente de acolhimento e movimento que a aposentada Judith Januária do Espírito Santo Oliveira Souza, de 75 anos, encontrou um novo caminho. “Quando vim pela primeira vez me surpreendi. O ambiente é maravilhoso, os professores são ótimos e a gente precisa desse aconchego que eles nos dão. Moro sozinha, e gosto, mas é bom esse contato com outras pessoas”, conta. Para ela, os resultados vieram também na saúde: “Fiz exames semana passada e estão todos ótimos. Nem osteoporose eu tenho. Só elogios”.
O programa conta com professores cadastrados como voluntários, que recebem apoio do GDF para desenvolver modalidades esportivas nas regiões administrativas. “O Esporte Social Voluntário chegou para modernizar e ampliar o antigo Educador Voluntário, tornando-se um verdadeiro instrumento de políticas públicas. O programa garante que a comunidade esportiva do Distrito Federal tenha mais acesso à prática esportiva, fortalecendo tanto a inclusão social quanto o desenvolvimento de atletas e projetos locais”, acrescenta o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira.
Em Brazlândia, toda terça e quinta-feira, o galpão da igreja se torna um grande ginásio, recebendo muita atividade física, lazer e interação. Por lá, mais de 100 alunas se reúnem para as aulas de funcional com o professor voluntário Iran Cláudio da Silva, 55.
“Eu já viria de forma voluntária, sem receber nada, mas com esse suporte é como se fosse um reconhecimento do nosso trabalho. O grande retorno é ver as alunas mais felizes, muitas delas que antes estavam em depressão e agora não têm mais. É muito gratificante”, relata o educador físico.
Outras idosas também falam do impacto positivo da iniciativa, como é o caso da aposentada Joana Darck Ramalho Brasileiro Ferreira, 71 anos. Ela participa das aulas há seis meses e diz que os benefícios vão além do corpo. “Aqui é uma ginástica social. Trata do corpo e do espírito. Melhorei minha saúde, emagreci, fiquei mais disposta e ainda fiz novas amizades. Além de tudo, ganho abraços, e isso é muito bom”, comemora.
No caso de Brazlândia, as atividades são feitas pela associação G16, formada por policiais militares que há quase 15 anos promovem ações sociais na cidade. O subtenente e educador físico Ulisses da Costa Dias explica que hoje são cerca de 15 educadores voluntários atendendo 700 pessoas em diferentes modalidades. “O foco é o idoso, mas todos são bem-vindos. O ganho maior é o social. Muitos idosos são sozinhos, e aqui encontram convivência, saúde e alegria. O projeto se tornou um verdadeiro policiamento comunitário, aproximando a PM da comunidade”, afirma.
Para a aposentada Lira Lúcia de Faria, 80, a aula é um compromisso inadiável: “Toda terça e quinta eu tô aqui, sem falta. Eu só tenho elogios. O carinho que recebo aqui me faz muito bem, sem contar que fiz muitas amizades novas. É maravilhoso”.
Impacto social
O Programa Voluntário Social Esportivo começou em dezembro de 2021 com 66 voluntários e um investimento de R$ 39,8 mil. Em 2022, os aportes cresceram para R$ 860,9 mil, com 177 voluntários cadastrados. No ano seguinte, foram R$ 968,9 mil aplicados em 166 voluntários, beneficiando diretamente mais de 1,3 mil pessoas. Em 2024, os números são ainda maiores, com recursos passando de R$ 1 milhão, 278 voluntários e mais de 4,2 mil atendimentos diretos.
Em 2025, até setembro, já foram investidos R$ 881,5 mil, com 302 voluntários em atuação. Ao longo desses quatro anos, o montante chega a R$ 3,82 milhões, beneficiando mais de 70 mil pessoas direta e indiretamente, ampliando o alcance e o acesso ao esporte e à saúde da população do Distrito Federal.
Por Revista Plano B
Fonte Agência Brasília
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília