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Vacina contra HPV é grande aliada em prevenção de cânceres

“Estou aqui hoje de pé pela fé”. É assim que a jornalista Cíntia...

“Estou aqui hoje de pé pela fé”. É assim que a jornalista Cíntia Aquino, 49 anos, define sua trajetória contra o câncer de colo do útero. Quando recebeu o diagnóstico em 2024, a doença já estava em estágio avançado. O tratamento exigiu quimioterapia, radioterapia, braquiterapia e imunoterapia. Ao longo do processo, enfrentou infecções, desidratação e até uma trombose, mas se manteve firme. “Não foi fácil receber o diagnóstico, parecia uma sentença de morte. Não podemos normalizar a correria e esquecer de cuidar da própria saúde”, diz.

Diferente da trajetória de Cíntia, a advogada Nayara Alves, 37, recebeu o diagnóstico em 2023, ainda no estágio inicial. Graças ao acompanhamento anual, foi possível detectar a doença precocemente e tratá-la apenas com cirurgia. “Antes de fazer os exames, nunca cheguei a sentir dor, então a prevenção é essencial. Tive um tratamento considerado mais leve, porque o tumor foi descoberto bem no início. Não precisei passar por quimioterapia e nem radioterapia”, conta.

Prevenção

As histórias de Cíntia e Nayara reforçam que a prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar vidas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a enfermidade no colo do útero é o terceiro câncer mais comum entre mulheres no Brasil, com mais de 17 mil novos casos estimados entre 2023 e 2025. A principal causa é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido, principalmente, pelo contato sexual.

“Fiz um exame que apontou alteração e eu precisava voltar ao médico em 90 dias, mas acabei adiando. Quando procurei atendimento de novo, o tumor já estava avançado. Sou sobrevivente de um câncer no colo do útero e hoje digo: a prevenção não é um remédio, mas é o que pode evitar que você tenha essa doença”, reflete a jornalista.

Para reforçar a conscientização, a Secretaria de Saúde (SES-DF) promove, neste mês, a campanha Setembro em Flor. A iniciativa chama atenção para os cânceres que atingem o colo do útero, o endométrio, os ovários, a vagina e a vulva. A campanha é promovida em parceria com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA). Além de ações educativas, a mobilização incentiva a realização de exames preventivos e busca ampliar a adesão à vacina contra o HPV, especialmente entre crianças e adolescentes.

O imunizante contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir não só o câncer do colo do útero, mas também outros tumores relacionados ao vírus, como os que atingem o pênis, o ânus e a orofaringe. O público-alvo da imunização são meninas e meninos entre 9 e 14 anos, 11 meses e 29 dias.

Após enfrentar a doença, Nayara fez questão de garantir a imunização da filha de 12 anos. “Eu nunca tinha tomado a vacina antes porque o HPV era um universo completamente desconhecido para mim. Acabei recebendo durante o tratamento, mas não quero que minha filha passe pelo que eu passei. Ela já tomou a vacina e está protegida”, conta.

A cirurgiã oncológica da SES-DF, Rayane Cardoso, ressalta que a imunização precoce é fundamental. “Quando aplicada antes do início da vida sexual, a vacina proporciona maior chance de proteção contra o HPV. Essa é uma medida que salva vidas e evita diversos tipos de câncer, por isso é tão importante vacinar meninos e meninas na idade certa”, alerta.

Para aumentar a cobertura vacinal, a SES-DF ampliou a faixa etária até o fim deste ano para jovens de até 19 anos. A dose está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do DF, e a lista completa pode ser consultada neste link.

*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

Por Revista Plano B

Fonte Agência Brasília

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF

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