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PGR pede a condenação dos réus que disseminavam mentiras

Um dia depois da pausa do julgamento do núcleo crucial da tentativa de...

Um dia depois da pausa do julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, encaminhou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais da acusação contra o grupo 4 da trama. Foi pedida a condenação dos réus que atuavam para disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas nas redes sociais, como parte da estratégia para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

Os réus são Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército); Ângelo Martins Denicoli (major da reserva); Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente); Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel); Reginaldo Vieira de Abreu (coronel); Marcelo Araújo Bormevet (policial federal); e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal). Todos são acusados de produção de notícias falsas sobre o sistema eleitoral, ataque virtual a autoridades e de motivarem a presença de apoiadores de Bolsonaro nos atos antidemocráticos, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023. Também é citado o suposto uso da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a prática de crimes, pois alguns dos réus estavam lotados no órgão à época dos fatos.

Em 193 páginas, Gonet reiterou que o grupo da desinformação monitorou e realizou “ataques virtuais” para um “plano maior de ruptura com a ordem democrática”. A PGR afirmou que os sete integrantes do núcleo agiram de maneira coordenada com o núcleo central da organização criminosa. O objetivo era produzir e espalhar informações mentirosas para enfraquecer as instituições democráticas perante a população.

Para a PGR, “todos estavam cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção de instabilidade social e consumação da ruptura institucional”. Segundo a Procuradoria, o material produzido pelo grupo criminoso era repassado para influenciadores digitais, que disseminavam as notícias falsas sobre as eleições.

“Eles (integrantes do núcleo 4) propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo. Todos estavam cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção de instabilidade social e consumação da ruptura institucional”, diz a alegação.

A acusação aponta que o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto, réu do núcleo crucial da trama golpísta e que está sendo julgado agora, teria coordenado o grupo ao orientar que fizessem “campanhas ofensivas contra os comandantes resistentes ao golpe, rotulando-os como ‘traidores da pátria’ e alinhados ao comunismo”. “O impacto das ações do acusado foi confirmado judicialmente pelas vítimas dos ataques, que corajosamente resistiram à pressão até a transição democrática do poder”, destaca a PGR.

O grupo 4 deve ser o próximo grupo julgado pelo Supremo. Os núcleos dois e três ainda cumprem etapas obrigatórias, como depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos réus. Depois da manifestação da acusação, será aberto prazo para o posicionamento da defesa dos acusados. Na sequência, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, deve solicitar que a ação penal seja incluída na pauta de julgamentos.

No total, a Primeira Turma tornou 31 denunciados em réus, conduziu depoimentos, interrogatórios e acareações. A PGR dividiu os acusados da tentativa de golpe em quatro núcleos para facilitar a condução das denúncias e do julgamento.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense

Foto: Isac Nóbrega/PR

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