Formado em engenharia elétrica pela Universidade de São Paulo, Daniel de Freitas começou sua carreira em empresas tradicionais de tecnologia, como a Microsoft.
Mais tarde, migrou para o Google, onde participou do desenvolvimento do LaMDA, um dos modelos de linguagem mais avançados da empresa e base para o chatbot Bard.
A experiência no Google abriu portas para algo maior: a oportunidade de empreender em um dos mercados mais promissores da atualidade, trabalhando com a inteligência artificial generativa.
A criação do Character.AI e o salto global
Em 2021, De Freitas uniu forças com Noam Shazeer, também ex-Google, para fundar a Character.AI, uma plataforma que permite criar chatbots capazes de simular personalidades reais ou fictícias.
A startup chamou atenção rapidamente no Vale do Silício. Em menos de dois anos, atraiu investimentos de fundos como a Andreessen Horowitz, alcançando um valor de mercado de US$ 1 bilhão em 2023.
O sucesso foi tão grande que o Google adquiriu a licença dos modelos de IA da empresa por US$ 2,7 bilhões, ao mesmo tempo em que contratou parte da equipe de engenheiros. O movimento projetou Daniel como o primeiro bilionário brasileiro do setor de inteligência artificial.
Por que essa trajetória chama atenção
O caso de Daniel é um exemplo emblemático de como a IA abre fronteiras globais para talentos de qualquer lugar do mundo. Três fatores se destacam em sua trajetória:
Formação sólida no Brasil: a base acadêmica em engenharia pela USP foi essencial para mergulhar nos fundamentos da tecnologia.
Experiência em big techs: a passagem pelo Google e pela Microsoft o colocou em contato direto com os maiores projetos de IA da atualidade.
Empreendedorismo visionário: ao identificar o potencial dos chatbots de personalidade, criou uma solução inovadora que rapidamente conquistou usuários e investidores.
O impacto para o mercado de trabalho brasileiro
O sucesso de De Freitas reforça uma mensagem importante: o talento brasileiro tem espaço no cenário global de IA.
O crescimento da demanda por especialistas em inteligência artificial mostra que essa é uma das áreas mais promissoras da década.
De acordo com um levantamento da Cortex, só no Brasil mais de 34 mil vagas abertas entre março e junho de 2023 estavam ligadas a IA e machine learning, confirmando a força dessa tendência.
Por Revista Plano B
Fonte Exame
Foto: Malte Mueller/Getty Images