Um abaixo-assinado organizado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), já coletou mais de 50 mil assinaturas pela cassação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) até esta sexta-feira (15/8). O movimento foi lançado pelo petista no fim de julho e pode ser assinado de maneira virtual.
Segundo Lindbergh, Eduardo tem “atuado de forma sistemática para subverter a soberania nacional, apoiar sanções econômicas estrangeiras contra o Brasil, promover campanhas internacionais contra o Supremo Tribunal Federal e utilizar sua posição parlamentar para coordenar ofensivas diplomáticas” ao Brasil.
O parlamentar já apresentou diversos pedidos à Presidência da Câmara contra o deputado. Em ao menos três deles, pediu o bloqueio de salário, cota parlamentar e verbas indenizatórias de Eduardo Bolsonaro por violar o regimento interno da Câmara.
O filho de Bolsonaro está nos Estados Unidos desde abril, quando se licenciou do mandato por receio de ter seu passaporte confiscado pela Justiça brasileira. “Encerrado o prazo da licença em 20 de julho de 2025, o parlamentar não reassumiu suas funções, tampouco justificou a permanência no exterior ou comunicou a Presidência da Casa”, argumentou Lindbergh.
“Entre março e julho — período em que já estava nos Estados Unidos — foram despendidos R$ 662.239,80 dos cofres públicos com despesas de gabinete disponibilizado pelo portal da própria Câmara dos Deputados”, disse o líder do PT.
Conselho de Ética
Nesta sexta, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou ao Conselho de Ética da Casa quatro pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro. Destas, três foram apresentadas pela bancada do PT, liderada por Lindbergh, e uma pela bancada do PSol.
Os pedidos aguardavam um despacho de Motta há semanas, desde o fim de julho, quando se encerrou o período de licença de Eduardo.
A decisão vem na mesma semana em que Eduardo disse em uma entrevista à BBC em Washington que novas sanções ao Brasil — incluindo a Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) — estão no radar do governo norte-americano, caso eles não deem andamento ao projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
Lindbergh comemorou o envio dos pedidos ao Comitê de ética. “Tivemos que insistir por bastante tempo para que o tema avançasse e, por isso, consideramos importante o presidente da Câmara ter encaminhado as denúncias contra Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética”, escreveu em seu perfil no X.
“Não podemos tolerar a continuidade de condutas que atentam contra a soberania nacional. É dever do parlamento impedir que um deputado transforme prerrogativas em privilégios para representar interesses contrários ao Brasil”, completou o líder do PT.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Kayo Magalhães/Câmara