Um levantamento realizado pela Embrapa, em parceria com a Emater, mapeou a realidade da cafeicultura no Distrito Federal e revelou que as mulheres estão à frente de grande parte das propriedades produtoras. Além disso, mostrou que a atividade é conduzida, majoritariamente, por pequenos produtores que se destacam pela qualidade dos grãos e pelo cuidado no beneficiamento.
“Foi uma grande surpresa perceber que as mulheres estão dominando tudo”, afirmou o pesquisador da Embrapa e representante da Câmara Setorial do Café do DF, Omar Rocha, no programa CB.Agro — parceria da TV Brasília com o Correio Braziliense — desta sexta-feira (1º/8). “É uma característica interessante pelo cuidado, amor e comprometimento que elas têm. A forma como cuidam do beneficiamento do café tem agregado muita qualidade à bebida.”
Segundo o levantamento, o DF conta com cerca de 138 produtores de café e uma área cultivada de aproximadamente 408 hectares. A produção anual gira em torno de 20 mil sacas, enquanto o consumo local ultrapassa 300 mil. “Por ser uma cafeicultura irrigada e tecnificada, a produtividade média aqui é de 50 sacas por hectare, bem acima da média nacional, que é de 30 sacas”, ressaltou Rocha.
A maior parte das propriedades é familiar, com estruturas enxutas e cultivo em pequenas áreas. Em muitos casos, o café é colhido com ajuda da própria família ou por meio de mutirões comunitários. “Essa parte colaborativa é fundamental para o processo.”
Embora o café não seja a principal fonte de renda para essas famílias — que muitas vezes também cultivam frutas e hortaliças — ele garante um importante reforço financeiro anual. “Estamos falando de cerca de R$ 50 mil que entram por safra. É um recurso que chega de uma vez e ajuda muito a equilibrar as finanças da propriedade”, destacou.
*Estagiária sob a supervisão de Eduardo Pinho
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press