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Golpe: Supremo inicia interrogatório do núcleo 3 na segunda-feira (28/7)

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará, na segunda-feira, os interrogatórios dos réus do...

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará, na segunda-feira, os interrogatórios dos réus do núcleo 3 da ação sobre a tentativa de golpe de Estado. O grupo é formado por militares da ativa e da reserva do Exército Brasileiro, além de um agente da Polícia Federal. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), eles atuaram para pressionar o alto Comando do Exército para aderir a trama golpista.

Os réus são: Bernardo Romão Correa Netto (coronel); Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (general da reserva); Fabrício Moreira de Bastos (coronel); Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel); Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel); Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel); Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel); Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel); Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel); e Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal).

A denúncia apresentada pela PGR ao STF indica que uma das táticas para o golpe teria sido uma campanha pública deliberada para pressionar o Alto Comando das Forças Armadas a aderir a trama golpista. Além disso, o núcleo 3 era responsável por planejar os assassinatos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes. Eles teriam atuado para fazer o monitoramento das autoridades.

Segundo a investigação, o plano foi batizado pelos golpistas de “punhal verde e amarelo” e aconteceria em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação da chapa Lula e Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também três dias depois dos ataques na sede da Polícia Federal, em Brasília. O plano também contava com a participação dos kids pretos. Eles teriam trabalhado para pressionar o Comandante do Exército e o Alto Comando, formularam cartas e agitando colegas em prol de ações de força no cenário político.

O general da reserva Estevam Cals Theophilo é acusado de omissão. A denúncia aponta que ele tinha conhecimento da trama e não agiu para impedi-la, além de ter chancelado e até mesmo dado suporte a algumas ações. A PGR entende que ele contribuiu com o avanço do planejamento. Neste grupo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma um dos principais articuladores na elaboração e difusão de documentos com informações falsas sobre as eleições, o coronel Bernardo Romão Correa, suspeito de ter coordenado reuniões para dar andamento nas ações de desinformação elaboradas no “gabinete do ódio”.

Militares suspeitos

O coronel Fabrício Moreira de Bastos é acusado de coletar informações para realizar o monitoramento de ministros do Supremo. Ele teria organizado reuniões para discutir medidas coercitivas durante as eleições de 2022. Márcio Nunes Resende e Hélio Ferreira Lima faziam parte do grupo de vigilância de autoridades e teriam elaborado relatórios de inteligência para discutir ações com uso da força. As informações teriam sido repassadas pelo agente da PF Wladimir Matos Soares, que coletou os dados de dentro da instituição.

As estratégias de intervenção federal e ruptura institucional ficaram a cargo dos tenente-coronéis Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Ronald Ferreira de Araújo. Eles são apontados como coordenadores de ações de rua e incitação à violência, mobilização de agentes do Exército para participação nas ações, além de articulação junto aos manifestantes golpistas.

Na semana passada, foram interrogados os réus dos núcleos 2 e 4. O grupo 3 é o último a ser interrogado. Os interrogatórios são considerados uma fase decisiva para a defesa. É nesse momento que o réu pode explicar sua conduta, afastar a acusação ou reforçar a tese de defesa. Também podem ser usados para confrontar versões, identificar contradições e enfraquecer provas.

Eles são denunciados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Caso a Primeira Turma aceite a denúncia da PGR, os acusados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal. O colegiado é formado pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense      

Foto: Ed Alves CB/DA Press

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