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Superdotados: encontro reúne crianças e adolescentes com QI alto

Brasília recebe, até o próximo domingo (27/7), o encontro anual da Mensa Brasil...

Brasília recebe, até o próximo domingo (27/7), o encontro anual da Mensa Brasil voltado para crianças e adolescentes superdotados, conhecido como AGzinho — sigla derivada de Annual Gathering. O evento, que ocorre no ParlaMundi Centro de Convenções, teve sua primeira edição em 2023 e reúne, este ano, cerca de 350 participantes entre jovens e familiares, com uma programação que mescla oficinas criativas, como origami, astronomia e cubo mágico; e palestras voltadas aos pais, com temas como direitos educacionais e aceleração escolar. A iniciativa faz parte do Programa Jovens Brilhantes (JBs) da associação, considerado o maior grupo de superdotados do país, com 5,4 mil membros, sendo 2 mil crianças.

“O objetivo é oferecer uma comunidade onde essas famílias encontrem acolhimento e acesso a atividades que respeitem os interesses e capacidades das crianças”, afirma Carlos Eduardo Fonseca, presidente da associação. Segundo ele, a Mensa atua na identificação de pessoas com altas habilidades, buscando evidenciar essa população e contribuir para a construção de políticas públicas. Para se associar, é necessário apresentar um laudo que comprove o alto QI. “Após a comprovação, o indivíduo já pode se associar e participar dos nossos programas”, explica.

Aos 12 anos, João Gabriel Severien, de Pernambuco, participa pela segunda vez do encontro. Membro da associação desde 2022, ele descobriu seu alto QI — 142 — ainda muito jovem. “Desde pequeno, tive muita facilidade para aprender. Quando fiz o teste, recebi o laudo e o convite para participar”, conta. 

Apaixonado por matemática, João está no sétimo ano e participa do programa Pequenos Gênios, da TV Globo. “Fui convidado pela Mensa e foi uma experiência muito boa. Fiquei nervoso, mas gostei muito”, relembra. No AGzinho, sua parte favorita é a oficina de foguetes. “Mesmo já tendo montado antes, é sempre legal. Gosto muito de estimular o lado criativo e reencontrar meus amigos, além de fazer novos também”, diz.

Pertencimento

Com 20 anos de experiência na área, a psicóloga e neuropsicóloga Patrícia Rzezak foi uma das palestrantes do encontro. Especialista em superdotação e dupla excepcionalidade, ela abordou mitos e verdades sobre o tema. “Muita gente ainda acredita que superdotados têm problemas sociais, mas isso não é verdade. Eles costumam ser altamente empáticos, com senso de justiça apurado e grande habilidade para compreender o ambiente social”, afirma. A especialista destaca que esse tipo de estereótipo prejudica a compreensão da condição e reforça preconceitos. 

Para ela, eventos como o da Mensa cumprem um papel vital ao unir famílias, especialistas e crianças. “É um espaço de troca, de acolhimento e de ciência. As palestras trazem evidência, e as crianças encontram pares, se reconhecem e se sentem pertencentes. Isso é transformador”, completa.

Dinamara Kran, 43, entrou para a Mensa em 2015, após a identificação da superdotação da filha Melina, hoje com 11 anos, que também se tornou membro este ano. “Na escola, eu me sentia muito sozinha, porque muitas pessoas não conseguiam me entender. Aqui é diferente”, enfatiza Melina, empolgada com sua primeira participação no AGzinho. 

Para Dinamara, ver a filha interagindo com outras crianças com o mesmo perfil é emocionante: “Quem dera eu tivesse tido isso na infância. Muitas vezes, eu me via nela e ver que hoje ela tem esse senso de pertencimento que faz toda a diferença”, assinala.

Hoje, Melina se prepara para uma experiência internacional: foi selecionada para participar do programa Nasa Young Leaders, nos Estados Unidos, onde passará oito dias em janeiro estudando temas como foguetes e ambientes lunares. “Fiquei muito feliz, mas também ansiosa. Quero voltar sabendo mais sobre o espaço”, celebra. 

A proposta de vivências transformadoras também guia oficinas como workshops sobre debate, política e simulação da ONU, conduzida pelo jovem Diogo Borges, de apenas 17 anos. O baiano participa pela primeira vez do evento. “Vi que havia uma demanda entre os jovens da Mensa por temas como geopolítica e comunicação. Então pensei: posso trazer um pouco do que eu sei fazer para eles”, ressalta.

Diogo começou a participar de simulações de debate da ONU aos 14 anos. Em janeiro deste ano, representou a Eritreia — país na África Ocidental — no comitê do Fundo das Nações Unidas para a Infância, durante uma simulação na Universidade de Harvard. “O desafio maior é ter a oportunidade de ir. Estando lá, com preparo, dá para fazer. Nem todos têm acesso ao treinamento, e é isso que quero oferecer aqui”, explica.

Na oficina, ele ensina técnicas de debates e oratória, além de promover uma discussão ao vivo. Para ele, habilidades de comunicação e consciência política são essenciais, independentemente da carreira. “Mesmo que sejam futuros engenheiros da Nasa, se não souberem se expressar, talvez não cheguem tão longe quanto poderiam”, explicou. Recém-integrado à Mensa, Diogo diz ter se sentido acolhido. “Mesmo participando com os mais novos, percebi uma sintonia porque querendo ou não temos algo em comum e isso faz toda a diferença na nossa vivência como comunidade”, conclui. 

Quociente de Inteligência

QI, ou Quociente de Inteligência, é uma pontuação usada para medir a capacidade intelectual de uma pessoa em comparação com a média da sua idade. De acordo com a Escala Wechsler, criada pelo psicólogo David Wechsler e usada por instituições como a Mensa, a classificação do quociente de inteligência se dá da seguinte maneira:

  • Acima de 130: superdotação
  • 120 a 129: inteligência superior
  • 110 a 119: inteligência acima da média
  • 90 a 109: inteligência média
  • 80 a 89: embotamento ligeiro
  • 66 a 79: limítrofe
  • 51 a 65: debilidade ligeira
  • 36 a 50: debilidade moderada
  • 20 a 35: debilidade severa
  • Abaixo de 20: debilidade profunda

Quociente de Inteligência

O QI, ou Quociente de Inteligência, é uma pontuação usada para medir a capacidade intelectual de uma pessoa em comparação com a média da sua idade. De acordo com a Escala Wechsler, criada pelo psicólogo David Wechsler e usada por instituições como a Mensa, a classificação do quociente de inteligência se dá da seguinte maneira:

Acima de 130: superdotação
120 — 129: inteligência superior
110 — 119: inteligência acima da média
90 — 109: inteligência média
80 — 89: embotamento ligeiro
66 — 79: limítrofe
51 — 65: debilidade ligeira
36 — 50: debilidade moderada
20 — 35: debilidade severa
Abaixo de 20: debilidade profunda

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense      

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

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