O líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, apresentou novos fatos e provas contra a família Bolsonaro. O inquérito investiga a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de tentar interferir nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).
Lindbergh alega que as manifestações públicas da família Bolsonaro “revelam uma nova etapa de ataque coordenado ao Supremo Tribunal Federal, ao Estado Democrático de Direito e à soberania nacional”. Diante disso, ele solicita ao ministro Alexandre de Moraes a adoção de medidas adicionais contra Eduardo e a ampliação do escopo do inquérito para incluir Jair e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no rol de investigados.
Os novos elementos surgem após a confusão que se instaurou ao redor da imposição tarifária dos Estados Unidos ao Brasil, com a alegação — por parte do presidente norte-americano — de haver um desequilíbrio na relação comercial entre os países, além de insatisfação manifesta por Donald Trump com o andamento da ação penal que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) de ser o líder da organização criminosa que tentou o golpe.
Lindbergh pede, na petição apresentada ao Supremo, a proibição de Jair e Flávio manterem interlocução política, diplomática ou comercial com agentes estrangeiros com potencial de interferência no processo penal ou na soberania nacional, em resposta à suposta atuação de Trump em defesa da família.
A suspensão do passaporte diplomático de Eduardo Bolsonaro, e a juntada de mais elementos de prova contra o parlamentar, reforçando o pedido de prisão preventiva e solicitando a comunicação imediata à Polícia Federal, Interpol, autoridades migratórias e o sistema de alertas internacionais, foram inseridas no pedido.
Segundo o líder do PT na Câmara, as declarações de Jair, Eduardo e Flávio Bolsonaro na imprensa após a imposição tarifária fazem parte de uma “nova etapa do golpe continuado em curso”, agora transformada em “guerra híbrida”. O documento aponta que Flávio Bolsonaro declarou em entrevista à CNN Brasil que a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita aos golpistas seria o “primeiro passo” para a reversão das tarifas de 50% impostas por Donald Trump ao Brasil. Para Lindbergh, isso é “chantagem institucional”.
Já no caso do ex-presidente, Lindbergh recorda que Bolsonaro reagiu à carta de Donald Trump em nota pública, pedindo aos poderes que agissem “com urgência apresentando medidas para resgatar a normalidade institucional”, e afirmando que “ainda é possível salvar o Brasil”.
Essa frase, proferida por um réu em processo penal sob jurisdição brasileira e inserida em um contexto de “chantagem econômica, retaliação comercial e exigência de impunidade aos golpistas”, configura uma “tentativa direta de coação dos Poderes da República”, defende o deputado do PT.
A ofensiva atual, incluindo articulações internacionais e ataques públicos ao STF, é vista como a “continuidade de uma estratégia delitiva em andamento, cuja finalidade central é a impunidade absoluta para os crimes cometidos por Jair Bolsonaro, seus familiares e aliados”, escreveu Lindbergh na petição.
As medidas adicionais contra Eduardo Bolsonaro são solicitadas devido à sua conduta nos Estados Unidos, onde estaria atuando junto a autoridades e agentes políticos para viabilizar apoio às sanções contra o Brasil, apresentando o STF como “inimigo da liberdade” e promovendo uma “investida diplomática contra os interesses nacionais”.
A petição ressalta que o investigado continua praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar o regular andamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
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