O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se tornou alvo de críticas de aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao insistir na manutenção da tarifa de 50% aos produtos brasileiros anunciada por Donald Trump.
De acordo com interlocutores do ex-presidente que tentaram blindá-lo do desgaste que a medida tem causado, Eduardo está “desconectado da realidade”, sem pesar as consequências econômicas e o custo político para o próprio pai.
A avaliação é que, ao seguir defendendo que Trump não recue das tarifas se não houver uma anistia, Eduardo reforça o discurso do governo Lula e da esquerda de que Bolsonaro e família atuam em benefício próprio — e não em defesa do país.
Em publicação nas redes sociais, o parlamentar, que desde fevereiro estás nos Estados Unidos, disse que qualquer tentativa de acordo sem sinalização de anistia será interpretado como um “acordo caracu”.
“Lamento, mas não dá para pedir ao Presidente Trump — e nenhuma autoridade internacional minimamente decente — para tratar uma ditadura como se fosse uma democracia. Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar ou bem vindos à ‘Brazuela'”, escreveu.
A publicação foi feita nesta sexta-feira (11), após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reunir com o encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, pedindo uma revisão do tarifaço.
Logo após se reunir com o diplomata americano, Tarcísio mais uma vez voltou a se reunir com Bolsonaro. Eles já haviam almoçado no dia anterior.
Cobrado pela medida de Trump, o ex-presidente entregou a missão ao aliado de tentar intervir pelo governo de São Paulo por uma revisão de tarifas.
São Paulo é o maior exportador do Brasil para os EUA. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, e Minas Gerais em terceiro.
Eduardo, também nesta sexta-feira (11), publicou um vídeo para os produtores agrícolas e empresários, preocupado com a tarifa aplicada por Trump.
“O Trump está colocando um remédio amargo, mas é o único capaz de reverter as coisas no Brasil”, disse. “Por mais que nosso tempo posso ser amargo e num primeiro momento as pessoas possam ficar aflitas, podem ter certeza que este é o cenário ideal para sentar à mesa e trazer benefícios para o povo brasileiro”, completou.
Por Revista Plano B
Fonte CNN Brasil
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
