A amígdala cerebral pode ser um grande inimigo para quem quer — ou precisa — mudar sua alimentação e adotar uma nova dieta. Essa parte do cérebro é uma estrutura relacionada ao medo e às emoções intensas que, quando assume o controle do comportamento, pode levar a uma autossabotagem.
O fenômeno, chamado de “sequestro da amígdala”, foi popularizado pelo livro “Inteligência Emocional”, do psicólogo norte-americano Daniel Goleman, e diz respeito a uma reação automática e natural do cérebro. Em situações vistas como ameaçadoras ou estressantes, a amígdala cerebral manda sinais de alerta que passam por cima do pensamento racional, que é responsabilidade do neocórtex. Assim, são desencadeados comportamentos impulsivos que vão desde ataques sutis de raiva a episódios de compulsão alimentar.
“Quando a amígdala sequestra o cérebro, é como se a pessoa perdesse momentaneamente a capacidade de refletir sobre suas escolhas”, explica Alan Martins, especialista em neurociência da Wefit. “Isso contribui para decisões imediatistas, como recorrer a alimentos altamente calóricos que proporcionam alívio emocional rápido.”
A atividade da amígdala cerebral é intensificada justamente pelo estresse crônico e a sobrecarga emocional, segundo a revista Frontiers in Psychology, e está diretamente ligada a padrões alimentares desordenados.
Martins, portanto, defende que compreender esse processo é essencial para desenvolver estratégias eficazes de emagrecimento, sobretudo em dietas restritivas ou no caso de mudanças bruscas de rotina, que são justamente quando o cérebro vai ver a situação como ameaça.
O segredo para o especialista em neurociência é adorar técnicas de regulação emocional, como exercícios de respiração consciente, pausas programadas e atenção plena (mindfullness), que pode ajudar a controlar a mente e diminuir a incidência dos sequestros de amígdalas.
“A chave é treinar o cérebro para tolerar pequenas doses de desconforto sem acionar respostas automáticas. Quando a pessoa aprende a reconhecer sinais de tensão e consegue criar espaço entre o impulso e a ação, o sequestro perde força”, destaca Martins.
Por Revista Plano B
Fonte CNN Brasil
Foto: Nensuria/Getty Images