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Aumentam as internações por gripe em hospitais do DF

O inverno chegou e reacendeu o alerta para as viroses respiratórias no Distrito Federal....

O inverno chegou e reacendeu o alerta para as viroses respiratórias no Distrito Federal. Com a combinação entre temperaturas mais baixas e ambientes fechados, vírus como a influenza A e o rinovírus voltaram a circular. E mesmo quem está com a vacinação em dia não está totalmente imune, o que reforça a importância da prevenção. No primeiro semestre de 2025, o DF registrou 10.772 internações por síndromes gripais, segundo o Painel InfoSaúde. Em maio, foram 2.419. Na comparação com 2024, todos os meses tiveram aumento nas internações na rede pública, com exceção de abril. 

No Hospital Santa Lúcia Sul da Asa Sul, o aumento foi de mais de 6% de 2024 para cá. O coordenador da emergência da unidade, Arthur Seabra, disse que de janeiro a 30 de junho de 2024, foram atendidos 3.073 pacientes no PS com diagnóstico de síndrome gripal, contra 3.259 em 2025. Os números de infecções preocupam: em maio, foram registrados 1.103 casos de vírus sincicial respiratório (VSR) e 1.089 de influenza A. Em junho, foram 1.018 casos de rinovírus e 648 e influenza A.

Atenção

Aos 73 anos, Severiano Moreira Neve conhece bem os impactos do inverno sobre a saúde de quem tem predisposição a problemas respiratórios. Morador de Valparaíso (GO), ele convive com bronquite, rinite e asma, e relata que o frio agrava bastante os sintomas. “Quem tem essas coisas sofre mais nesta época. Quando vem a crise, a gente tem que usar os remédios direto”, contou.

Recentemente, ele enfrentou um episódio de gripe que se somou aos problemas alérgicos. “Vem rinite, depois bronquite, e aí vem a asma. Tudo em cima. Quando é assim, fico no médico o tempo todo para avaliar os sintomas”, relatou. Apesar da rotina difícil, Severiano mantém a vacinação em dia. “Tomei a (vacina) da gripe este ano.”

Para idosos, o cuidado é redobrado, mas com as crianças, não pode ser diferente. Apesar de estar com todas as vacinas em dia, a pequena Amélia Coelho, de 1 ano, segue com sintomas gripais, como febre, tosse seca e secreção nasal, há pelo menos uma semana. A mãe, Alana Coelho, 25, afirma que ela foi atendida no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) na última semana, mas voltou a apresentar febre. Na segunda-feira, ela retornou ao HMIB para ser atendida.

Miguel Tavares, de apenas 2 meses, também apresenta sintomas gripais. A mãe, Ana Paula Tavares, 23, conta que ele já enfrentou uma bronquiolite grave, que exigiu nove dias de internação. Desde a última semana, tanto Miguel quanto outros membros da família têm apresentado sintomas como secreção nasal intensa, tosse, cansaço e dificuldade para respirar. Apesar disso, Miguel também está com a caderneta de vacinação em dia. “Ele é amamentado e está com bastante dificuldade para se alimentar. Fica engasgando por conta da dificuldade de respirar, e isso me deixa muito preocupada”, relatou a mãe.

Vacinação

Segundo o médico infectologista Julival Ribeiro, a vacina não impede totalmente a infecção, mas reduz o risco de agravamento. “Mesmo vacinada, se a pessoa contrair influenza, por exemplo, há uma probabilidade menor de hospitalização, de internação em unidade de terapia intensiva e até de óbito”, explica.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, entre os principais vírus respiratórios responsáveis pelos quadros de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), destaca-se o vírus sincicial respiratório. Também são frequentemente identificados o rinovírus, adenovírus, metapneumovírus e os vírus da influenza.

Além disso, como os sintomas dessas infecções são semelhantes, os registros são agrupados sob a classificação de “SRAG”, que engloba diversos quadros de infecção respiratória severa, independentemente do agente causador. A pasta informa que são monitoradas as internações de pacientes com perfil viral — ou seja, com sintomas compatíveis com infecções respiratórias de origem viral, como a bronquiolite.

Cuidados com idosos

Coordenadora de Geriatria e do Cuidar Idoso do Hospital Santa Lúcia de Brasília, a médica Priscilla Mussi comenta que, quando envelhecemos, há uma diminuição das células de defesa, ou seja, o sistema imunológico demora mais para reconhecer um quadro viral simples. “Além disso, ele responde mais devagar, mesmo quando consegue reconhecer o vírus. Portanto, a resposta inflamatória é menor, mais demorada e, nesse intervalo, o vírus já se propagou demais”, ressalta.

Segundo a especialista, quanto mais descontrolada a comorbidade do idoso, mais o sistema imunológico estará frágil e, consequentemente, com dificuldade maior de resposta. Por isso, a geriatra alerta que é preciso cuidar adequadamente das comorbidades. “O principal cuidado a ser tomado, para evitar um quadro de insuficiência respiratória mais grave, é a vacina”, avalia.

Assistência

Com o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente entre crianças, o tempo de espera nas emergências pediátricas também tem crescido. Ainda assim, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) afirma que as unidades têm se esforçado para garantir acolhimento e assistência de qualidade aos pacientes.

“A alta de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) está associada à circulação de diversos vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório em crianças de até 2 anos e o rinovírus em crianças de 2 a 14 anos. Esses fatores têm levado a um aumento na procura por atendimento médico pediátrico, impactando diretamente o tempo de espera nos serviços de emergência”, informa a pasta.

Para alguns dos agentes que circulam pelo DF, como a influenza, há vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). É importante manter o esquema vacinal atualizado para reduzir o risco de complicações e internações. No caso da influenza, cerca de 2,8 milhões de pessoas estão aptas a receber a vacina contra a influenza. A meta da SES-DF é imunizar 90% dos grupos prioritários.

Riscos da baixa vacinação

Com o aumento da circulação de vírus respiratórios e a lotação dos serviços de saúde, especialistas acendem um sinal de alerta: o receio da queda na adesão às campanhas de vacinação deixar a população mais exposta a infecções graves e complicações evitáveis. A médica infectologista Joana D’arc Gonçalves destaca que, quanto menor a cobertura vacinal, maior o número de pessoas suscetíveis à doença. “O acúmulo de pessoas suscetíveis sem anticorpos pode levar ao surgimento de surtos, de epidemias”, alerta.

Segundo ela, a vacinação não apenas reduz as chances de infecção, mas também a gravidade dos quadros clínicos. “Se poucas pessoas se vacinam e acabam se infectando, o risco de complicações é maior”, afirma. Com isso, cresce a pressão sobre os serviços de saúde, assim como a possibilidade de mortes por doenças que poderiam ser evitadas.

Pontos de atenção

Em tempos de viroses, o infectologista Julival Ribeiro orienta que pessoas com sintomas gripais permaneçam em casa, a fim de evitar a propagação dos vírus. “Se for necessário ir ao hospital, vá de máscara”, recomenda.

Ele ressalta que a higienização das mãos é muito importante, sobretudo no inverno, onde ocorrem os casos de infecções respiratórias. “O vírus pode ficar em superfícies como a maçaneta. Por isso, é importante a gente fazer a higienização das mãos com água, sabão ou álcool 70%. Evite sempre levar as mãos aos olhos, à boca, ao nariz e à mucosa dos olhos”, alerta.

Riscos da baixa vacinação

Com o aumento da circulação de vírus respiratórios e a lotação dos serviços de saúde, especialistas acendem um sinal de alerta: o receio da queda na adesão às campanhas de vacinação deixar a população mais exposta a infecções graves e complicações evitáveis. A médica infectologista Joana D’arc Gonçalves destaca que, quanto menor a cobertura vacinal, maior o número de pessoas suscetíveis à doença. “O acúmulo de pessoas suscetíveis sem anticorpos pode levar ao surgimento de surtos, de epidemias”, alerta.

Segundo ela, a vacinação não apenas reduz as chances de infecção, mas também a gravidade dos quadros clínicos. “Se poucas pessoas se vacinam e acabam se infectando, o risco de complicações é maior”, afirma. Com isso, cresce a pressão sobre os serviços de saúde, assim como a possibilidade de mortes por doenças que poderiam ser evitadas.

Pontos de atenção

Em tempos de viroses, o infectologista Julival Ribeiro orienta que pessoas com sintomas gripais permaneçam em casa, a fim de evitar a propagação dos vírus. “Se for necessário ir ao hospital, vá de máscara”, recomenda.

Ele ressalta que a higienização das mãos é muito importante, sobretudo no inverno, onde ocorrem os casos de infecções respiratórias. “O vírus pode ficar em superfícies como a maçaneta. Por isso, é importante a gente fazer a higienização das mãos com água, sabão ou álcool 70%. Evite sempre levar as mãos aos olhos, à boca, ao nariz e à mucosa dos olhos”, alerta.

Por Revista Plano B

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

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