Oito pessoas morreram e cerca de 180 sofreram acidentes desde 2020 no Parque Nacional da Indonésia, onde a brasileira Juliana Marins foi encontrada morta nesta-terça-feira (24). Ela sofreu uma queda no trecho na sexta-feira (20) e estava desaparecida até então.
O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), quando Juliana tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha, no Monte Rinjani, localizado no país asiático. Os dados são de um relatório do governo indonésio. Veja abaixo número de acidentes por ano: Play Video
- 2020: 21 casos
- 2021: 33 casos
- 2022: 31 casos
- 2023: 35 casos
- 2024: 60 casos
Os números mostram que, em 2023, houve um aumento de casos em relação aos anos anteriores. Além disso, os casos quase duplicaram no ano seguinte e chegaram à 60 casos. Veja abaixo a quantidade de mortes por ano:
- 2020: 2 mortes
- 2021: 1 morte
- 2022: 1 morte
- 2023: 3 mortes
- 2024: 1 mortes
Por conta do aumento de acidentes no local, o governo indonésio emitiu pedido para que medidas de segurança fossem tomadas, como a criação imediata de um “Procedimento Operacional Padrão (POP)” para busca, resgate e evacuação no Parque Nacional do Monte Rinjani.
Veja trechos do documento na íntegra:
“Para reduzir os impactos negativos e os riscos aos visitantes, a administração do Parque Nacional do Monte Rinjani desenvolveu protocolos e medidas, como: plano mestre de gestão de resíduos, implementação do sistema “pack in pack out”, reservas online, emissão de licenças para guias e carregadores, e autorizações para empresas prestadoras de serviços turísticos.
Além disso, torna-se essencial a elaboração de um Procedimento Operacional Padrão (POP) de Busca, Socorro e Evacuação para atendimento a vítimas de acidentes e desastres, a fim de garantir a segurança dos turistas, operadores turísticos e coordenar de forma eficaz as equipes de resgate.
O aumento no número de turistas que visitam o Parque Nacional do Monte Rinjani traz benefícios para o bem-estar da comunidade local, mas também gera impactos negativos ao ecossistema da área. Além desses impactos ambientais, a atividade turística na região acarreta riscos de acidentes, que podem resultar em ferimentos leves, graves ou até em morte.
Quase todos os anos ocorrem acidentes nas trilhas do parque, especialmente nas áreas de montanhismo. De acordo com os dados disponíveis, os tipos de acidentes mais comuns incluem: quedas, torções, pessoas perdidas, doenças, ataques de animais — e até óbitos.
As causas desses acidentes muitas vezes se devem ao não cumprimento pelos visitantes dos requisitos básicos para a visitação, como:
- condição física adequada (atestada por exame médico),
- equipamentos apropriados,
- conhecimento prévio sobre o terreno ou o destino,
- e o uso exclusivo de trilhas oficiais previamente definidas.
Até o momento da elaboração do relatório, foram registrados 134 casos de quedas e torções, sendo esses os acidentes mais frequentes”.
Relembre o caso
Juliana, natural de Niterói (RJ) e dançarina profissional de pole dance, fazia uma viagem pela Ásia desde fevereiro e visitou países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar à Indonésia.
O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), quando Juliana tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha. Turistas avistaram a situação cerca de três horas depois e alertaram a família pelas redes sociais, enviando localização exata, fotos e vídeos, incluindo imagens de drone.
Desde então, uma campanha pelas redes sociais mobilizou socorristas e governos para resgatar a jovem. Porém, após quatro dias de buscas, a jovem foi encontrada morta.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo
Por Revista Plano B
Fonte CNN Brasil
Foto: CNN