O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na noite desta segunda-feira (17/6) que o Congresso tem sido uma âncora de responsabilidade fiscal, mas não aceitará que o ajuste das contas públicas recaia exclusivamente sobre aumento de impostos. A declaração foi dada momentos antes da sessão que analisará o pedido de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o decreto do governo que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de câmbio.
“O Congresso tem sido correto. O Congresso aprovou absolutamente tudo que o governo enviou para cá nesses quase dois anos e meio de governo. O Congresso demonstrou muita responsabilidade com a economia, responsabilidade com o país, é isso que temos buscado manter à frente da presidência da Câmara. O Congresso, a Câmara dos Deputados tem sido a âncora de responsabilidade”, afirmou.
Hugo Motta ressaltou que a relação do Legislativo com o Executivo deve ser pautada pela lealdade, mas que isso não significa concordância automática com todas as medidas propostas pelo governo. “A lealdade não está implícita e você tem que concordar com tudo que o governo envia para a Casa, mas sim se contrapor com aquilo que a Casa não entende como uma medida que é boa para o país, e essa nossa lealdade, essa nossa relação, ela continuará a ser assim, continuará a ser uma relação franca, uma relação verdadeira”, declarou.
O presidente da Câmara defendeu que é preciso discutir uma agenda econômica estruturante, que inclua corte de despesas, e não apenas medidas arrecadatórias. Segundo ele, esse é o caminho para melhorar o ambiente econômico e atender às demandas de quem produz e de quem paga impostos no país. “Nós temos um país para cuidar, e é através, penso eu, de medidas que são estruturantes que nós vamos conseguir melhorar esse ambiente econômico. O Brasil tem muitos desafios pela frente, o Brasil pode melhorar e muito, que hoje nós temos, de dificuldades e de travas para que o país possa prosperar ainda mais”, afirmou.
Hugo Motta ainda reforçou que a votação da urgência tem um caráter simbólico e reflete o sentimento majoritário da Câmara dos Deputados, que, segundo ele, não está disposta a apoiar uma agenda que se sustente apenas no aumento da carga tributária. A expectativa é que, caso a urgência seja aprovada, o tema avance diretamente para o plenário, acelerando a análise do mérito.
Por Revista Plano B
Fonte Correio Braziliense
Foto: Ed Alves CB/DA Press