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quinta-feira, abril 24, 2025

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“É só trabalho”: profissionais de serviços gerais não sabem o que é lazer e esperam que PEC da escala 6×1 tramite mais rápido

Enquanto tramita no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição, de autoria da...

Enquanto tramita no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição, de autoria da deputada federal Érika Hilton, que acabaria com a escala de seis dias trabalhados para um de descanso, funcionários que atuam na área de serviços gerais, por exemplo, não sabem o que é lazer.

“Atualmente eu não tenho tempo de lazer, é só trabalho”, diz a brasiliense Francisca das Chagas, de 57 anos, que foi mãe solo de dois filhos.

Trabalhadores de serviços gerais como ela vivem com um salário mínimo. Em Brasília, isso significa gerenciar uma dificuldade diária no sustento.

A profissional diz que está prestes a se aposentar. Ela diz que é mãe solo, e teve a grande satisfação com a formatura dos filhos.

Francisca relata ter ficado sabendo da proposta do fim da escala 6×1 que corre no Congresso e afirma: “Oro a Deus que isso aconteça, pois assim eu terei pelo menos o sábado e o domingo, né? Atualmente eu quase não tenho tempo de lazer, é só trabalho”.

Felicidades

Francisca orgulha-se de ambos os filhos. William tem 31 anos e irá se formar no ano que vem em enfermagem, o que a mãe considera uma vitória pois, quando mais novo, ele “não queria saber de estudos”. Ítalo Gabriel (25) já é advogado. Ela diz que sente o dever cumprido.

Outro profissional, o auxiliar de serviços gerais Jailson Bonfim, de 47 anos, reconhece o orgulho em formar uma filha professora de crianças especiais.

Acordar cedo

As histórias apresentam pontos semelhantes: ambos trabalham no Plano Piloto. Eles dizem que precisam acordar de madrugada (antes das 4h da manhã).

Francisca mora em Planaltina (DF) (a 40 km do trabalho). Jailson é da xará Planaltina (GO), a 55 km de onde ganha a vida.

Francisca acorda às 3h da manhã para conseguir pegar o ônibus das 4h. Uma rotina que faz parte da vida dela desde que precisou trabalhar em dois empregos para ganhar a vida.

Jailson conta com a ajuda da esposa para criar as duas filhas, sendo que a mais velha já contribui com as despesas da casa.

Os dois colegas narram o orgulho em ver os filhos criados e formados: “É orgulho demais”, afirma Jailson, cuja filha mais velha formou-se recentemente em Pedagogia e está trabalhando com crianças especiais. “É muito bonito ver a Geovanna cuidando das crianças. À noite, ela faz uns cadernos para cada uma. Se o menino gosta do Homem-Aranha, no outro dia ele vai ganhar um caderno todo enfeitado”, narra o trabalhador.

Por Jornal de Brasília

Foto: Arquivo/Agência Ceub / Reprodução Jornal de Brasília

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