A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) utilizou seu tempo de fala na CPI das Bets, nesta terça-feira (22/4), para mandar um recado direto aos influenciadores digitais envolvidos na divulgação de jogos de azar ilegais. Em tom firme, ela listou diversas operações policiais realizadas nos estados para combater o esquema e classificou o setor como um “mercado bilionário nojento e asqueroso”.
“Parabéns aos delegados que tiveram coragem de enfrentar esse mercado. Não desistam”, comentou.
A CPI, que investiga a atuação de influenciadores e empresas no setor de apostas esportivas, ouviu hoje o delegado Lucimério Campos, titular da Delegacia de Estelionato da Polícia Civil de Alagoas. Ele comandou a Operação Game Over, que revelou um esquema de promoção de jogos ilegais por influenciadores digitais.
Durante a comissão, no Senado, Damares aproveitou para listar outras operações pelo Brasil: “Operação Truque de Mestre, no Pará; Garras Virtuais, em Goiás; Vegas, no Rio Grande do Sul; Jogo Sujo, no Maranhão e Piauí; 777, no Mato Grosso; Vizela, no Ceará; e operações em Minas Gerais. Todas pegaram influenciadores”, ressaltou.
Segundo a senadora, muitos desses criadores de conteúdo sabiam que estavam cometendo crimes. “Eles diziam para os seguidores: ‘Olha, eu tô ganhando’, mas era um vídeo mentiroso. A partir do momento que ele tem o vídeo mentiroso e que ele está mentindo, ele sabe que está cometendo um crime”, destacou.
A parlamentar também criticou a tentativa de alguns influenciadores de alegar desconhecimento da ilegalidade. “Não venha com essa história de que não sabia. Vídeo demo, para mim, caracteriza um crime.”
Damarese, então, fez uma fala direta sobre as penas dos crimes: “Estelionato, quatro anos de reclusão; lavagem de dinheiro, de três a 10 anos; associação criminosa, de três a cinco anos. E ainda tem crime contra a ordem financeira. Não brinquem com a Justiça. Os delegados estão no Brasil inteiro acordando”, frisou.
Ela destacou que muitos influenciadores estão atentos à CPI: “Tem muita gente que está mandando os assessores acompanharem para ver até onde a gente vai. Então, deixa eu mandar um recado para os influencers: a Justiça está de olho”.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
Por Alícia Bernardes do Correio Braziliense
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado/ Reprodução Correio Braziliense