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quarta-feira, abril 23, 2025

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Missão espacial de Katy Perry levou grão-de-bico e batata-doce do DF

Pesquisas desenvolvidas no Distrito Federal agora fazem parte da história da agricultura espacial. Amostras de...

Pesquisas desenvolvidas no Distrito Federal agora fazem parte da história da agricultura espacial. Amostras de batata-doce e sementes de grão-de-bico produzidas por cientistas da Embrapa Hortaliças, foram levadas ao espaço no dia 14 de abril, durante a missão suborbital NS-31 da Blue Origin. O voo, que transportou a cantora Katy Perry e mais cinco mulheres formou a primeira tripulação espacial exclusivamente feminina. 

missão espacial de Katy Perry transportou exemplares de batata-doce Beauregard e Covington, além das sementes do grão-de-bico BRS Aleppo, desenvolvidas nos programas de melhoramento genético da Embrapa.

A batata-doce e o grão-de-bico foram escolhidos porque contém vantagens agronômicas e nutricionais, levando em consideração os desafios tecnológicos e científicos de cultivar plantas no espaço. De acordo com a Embrapa, são espécies adaptáveis e resilientes, de rápido crescimento e fácil manejo, que conseguem se desenvolver bem em condições adversas.

Como contribuição para a dieta de astronautas, a batata-doce é uma fonte de carboidratos de baixo índice glicêmico e folhas oferecem uma alternativa de consumo como proteína vegetal. Já a escolha do grão-de-bico considera o alto teor de proteínas. A pesquisa com grão-de-bico busca desenvolver plantas mais produtivas, com menor altura e ramificações mais eretas, um porte mais adequado às limitações do ambiente espacial.

A pesquisa com essas duas espécies em condições espaciais integra as ações da Rede Space Farming Brazil, parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB). A iniciativa reúne as principais pesquisas no país sobre a produção de alimentos em ambientes fora da Terra, submetidos a alta radiação e baixa gravidade.

A inclusão do material brasileiro no voo foi realizada após um convite do professor Rafael Loureiro, da Winston-Salem State University (WSSU), Carolina do Norte, do Estados Unidos (EUA). A astronauta que conduzirá os experimentos com as sementes brasileiras, Aisha Bowe, é ex-cientista de foguetes da Agência Espacial Norte-americana (Nasa) e mantém parceria com a Odyssey, empresa de operações e ciências espaciais da universidade que viabilizou os experimentos na missão da Blue Origin. Aisha foi uma das tripulantes da missão espacial 100% feminina que contou também com a participação de Katy Perry. 

A pesquisa em agricultura espacial deve acelerar o melhoramento genético e trazer inovações para a agricultura praticada na Terra, especialmente com o avanço das mudanças do clima. Além disso, espera-se alcançar diversos impactos, os chamados spin-offs, capazes de promover saltos no conhecimento agronômico brasileiro e gerar novas tecnologias.

A idealização do experimento foi feita por pesquisadores de diversas instituições participantes da rede. Durante a realização do voo, as plantas de batata-doce e sementes de grão-de-bico ficaram expostas por quase cinco minutos à microgravidade, uma condição que afeta a expressão de alguns genes. Agora, já de volta para a Terra, os cientistas da Rede irão realizar uma série de estudos com as amostras, após confirmar sua viabilidade.

Por Davi Cruz do Correio Braziliense

Foto: AFP / Reprodução Correio Braziliense

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