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quinta-feira, abril 24, 2025

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Rede de pesquisa conscientiza população sobre preservação do Cerrado

A luta para preservar o meio ambiente une cada vez mais pessoas. Um...

A luta para preservar o meio ambiente une cada vez mais pessoas. Um dos exemplos é a Rede de Pesquisa Biota do Cerrado, iniciativa colaborativa que reúne professores, estudantes e pesquisadores de diversas universidades, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a diversidade que existe nesse bioma. Na Universidade de Brasília (UnB), o grupo é composto por um grupo que, unido, trabalha para conscientizar a população sobre a importância do Cerrado brasiliense.

Uma das coordenadoras do projeto é Dione Moura, 59 anos. Ela conta que sua conexão com o bioma teve início antes mesmo de se mudar para Brasília. “Quando morava em Goiás, ainda criança, lembro que meu pai era muito cuidadoso com as questões ambientais”, comenta. “Ele não deixava, por exemplo, ninguém caçar passarinhos no nosso quintal. A gente tinha também um lago no quintal da casa ,que ele preservava. Então, acho que veio do meu pai essa paixão pelo Cerrado”, acrescenta.

Segundo Dione, a paixão por Brasília veio de ainda mais longe. “Tem pouco mais de um século”, brinca. “Meu avô gostava muito de política e ele ficou sabendo que ia ter uma nova capital, no Centro-Oeste, que ia se chamar Brasília. Isso virou um sonho, tanto que uma das filhas dele, minha tia-avó, chamou-se Brasília”, recorda a professora.

Além dela, Tarcísio Abreu, 49, também trabalha como pesquisador na Rede Biota do Cerrado, no projeto de mudanças climáticas. “A gente consegue fazer previsões sobre as espécies e quais os impactos das mudanças climáticas sobre as populações de animais e de plantas”, explica. De acordo com ele, isso é importante para tentar criar um panorama do que pode acontecer e o que pode ser feito para evitar os cenários, sejam eles os mais pessimistas. “Trazemos isso tudo tentando buscar soluções. Como a gente consegue encarar esses eventos extremos, que estão cada vez mais frequentes”, ressalta.

Biodivesidade

Isabel Schmidt, 44, destaca que a Universidade de Brasília, desde a sua formação, tem essa ideia de unir as várias áreas do conhecimento. “Na Rede Biota Cerrado, a gente conseguiu fazer isso de um jeito muito bom. Juntamos pessoas que trabalham em várias áreas do conhecimento biológico sobre o Cerrado e especialistas da comunicação, que nos ajudam a traduzir esse conhecimento para a população, de forma geral”, descreve. “Ter, dentro da mesma universidade, pessoas que entendem muito bem da comunicação e da divulgação da ciência, é uma das belezas desse projeto”, observa a professora.

Humberto Nappo, 26, é bolsista da Rede Biota e, segundo ele, a conexão do projeto com a cidade se dá pelo fato de que Brasília está no coração do Cerrado. “Aqui, a gente tem amostras de espécimes da herpetofauna, especialmente do Cerrado”, afirma. “São animais que foram identificados há décadas e que não se tem mais registro há muito tempo. Então, acredito que esse testemunho da biodiversidade que há em Brasília — e que talvez não exista mais — seja uma forma das pessoas se conectarem com o que tem de natural no Cerrado brasiliense”, avalia. “Trabalhando na manutenção e na expansão da coleção herpetológica da Universidade de Brasília, sinto que estou atuando no sentido de possibilitar que mais pessoas conheçam a biodiversidade do Cerrado, passando a amar e defender esse bioma”, complementa.

Sensibilização

Isac Venâncio, 28, também é bolsista do projeto e um dos responsáveis por criar o único guia sobre as espécies de lagartos que existem no DF. O estudante afirma que a ideia é trazer essa integração do público com a ciência. “O guia foi montado num site e agora a gente está trabalhando também nas redes sociais, onde vamos fazer publicações para tentar sensibilizar o público e trazer um pouco do conhecimento que buscamos em campo e transformar isso, de uma forma mais didática, para o público”, esclarece.

Mestranda na UnB, Ana Caroline Aragão, 24, ressalta que o projeto tem tudo a ver com Brasília. “Ele é realizado por pesquisadores da UnB, está dentro de uma área de preservação ambiental que também está inserida na capital do país e, por meio desse projeto, a gente consegue dar contribuições valiosas sobre a conservação de populações naturais do Cerrado”, comenta.

Veronica Slobodian, 38, chefe do Departamento de Zoologia da instituição, explica que sua parte dentro do projeto é entender quais são os peixes que existem nas regiões que são investigadas no DF. “Com base nesses dados, montamos projetos de conscientização. Um deles é um jogo, aplicado no Museu de Biologia da UnB, em que as pessoas participam de uma exposição virtual dos peixes e tentam criar mecanismos para que eles não sejam ameaçados de extinção”, argumenta. 

Por Arthur de Souza do Correio Braziliense

Foto: Bruna Gaston CB/DA Press / Reprodução Correio Braziliense

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