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Hospital em Águas Lindas entrega corpo de bebê trocado e causa confusão entre duas famílias

Por Camila Coimbra Um grave erro médico no Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado...

Por Camila Coimbra

Um grave erro médico no Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado Filho (HEAL), em Águas Lindas (GO), deixou duas mães em luto e sob incertezas após a troca dos corpos de seus recém-nascidos. O caso, que veio à tona na última semana, está sendo investigado pela Polícia Civil e já motivou ações judiciais por parte das famílias afetadas.

Os fatos remontam ao dia 21 de março, quando a primeira mulher deu à luz um bebê prematuro de apenas 20 semanas, que faleceu horas após o nascimento. Ela permaneceu internada até o dia 26 de março, quando requisitou o corpo da criança para velório e sepultamento. Paralelamente, no dia 25 de março, uma segunda mãe entrou em trabalho de parto no mesmo hospital, mas seu bebê foi declarado natimorto. Quando a primeira mãe recebeu os restos mortais e fez o enterro, revelou-se um choque, os corpos haviam sido trocados pela equipe hospitalar.

A situação só veio à tona após denúncia de uma assistente social do hospital, que alertou a Polícia Científica. As duas mães foram intimadas a prestar depoimento na 1ª Delegacia de Águas Lindas, sob a responsabilidade do delegado João Flávio, e tiveram material genético coletado para exames de DNA que possam confirmar a real identidade dos bebês.

Em nota oficial, o Hospital Caiado Filho admitiu o erro, classificando-o como um “equívoco”. No entanto, os advogados Idelbrando Mendes e Daniel J. Kaefer, que representam as mães, são enfáticos ao afirmar que se trata de negligência. Eles destacam a total falta de suporte às famílias: “Até agora, nenhum suporte psicológico ou assistência foi oferecido pelo hospital. As mães estão sendo amparadas apenas pela defesa”, afirmou Mendes. Uma das mulheres sequer foi informada diretamente sobre o local onde o filho estava enterrado, descobrindo a informação apenas através de uma nota divulgada na TV.

Os advogados levantam ainda preocupações sobre a possibilidade de outros casos semelhantes não identificados. “Não é comum ver trocas de bebês, mas também não é incomum no Brasil. Há suspeitas de que possa haver mais erros”, alertou o advogado Idelbrando.

De acordo com a defesa, os próximos passos incluem aguardar os resultados dos exames de DNA para confirmar a identidade dos recém-nascidos antes de decidir sobre um eventual pedido de exumação. As investigações serão aprofundadas para verificar possíveis outros casos envolvidos, enquanto se prepara ação judicial por danos morais e materiais contra o hospital.

“Essas mães estão vivendo um duplo luto. Uma enterrou um filho que não era seu, e a outra sequer sabe se o bebê que perdeu era realmente o dela”, lamentou o advogado. Enquanto aguardam respostas, as famílias buscam justiça e transparência em um caso que expõe falhas graves no sistema de saúde.

Por Camila Coimbra do Jornal de Brasília

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF / Reprodução Jornal de Brasília

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