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Congresso aprova projeto de resolução que muda regras para emendas

Depois de uma extensa discussão de pouco mais de três horas, os deputados...

Depois de uma extensa discussão de pouco mais de três horas, os deputados e senadores aprovaram, na tarde desta quinta-feira (13/3), o Projeto de Resolução do Congresso Nacional que estabelece novas regras de transparência e de rastreabilidade para as emendas parlamentares. Na Câmara, 361 deputados votaram a favor e 33 contra; no Senado, foram 64 votos a 3.

O texto é resultado de um acordo entre Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal para resolver, de uma vez por todas, o impasse em torno do assunto que se arrasta desde agosto do ano passado.

A sessão começou por volta das 12h. Deputados do Novo e do PSol fizeram uma dobradinha e apresentaram diversas questões de ordem (quando um parlamentar argumenta que o regimento está sendo descumprido) para tentar evitar que o texto fosse votado. Os partidos entendem que o texto mantém diversas brechas que permitem esconder os autores de emendas.

Uma delas é a permanência da possibilidade de indicação de emendas por líder partidário, sem individualização e nomeação de quem fez a indicação das emendas.

No fim do ano passado, o Supremo Tribunal Federal barrou R$ 4,2 bilhões da Câmara e outros R$ 2,5 bilhões do Senado em emendas de comissão que foram indicadas por líderes partidários alegando que os recursos teriam que ser aprovados coletivamente, o que não ocorreu.

“Nada está resolvido em questão de transparência, nada está resolvido em questão de rastreabilidade. Eu acho que querem dar transparência do início ao fim”, disse a deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Está institucionalizando rachadinha de bancada estadual, emenda de líder partidário que não está na nossa Constituição”, continuou a deputada.

Já a deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) afirmou que, na prática, as emendas de comissão, como estão hoje, deram continuidade às antigas emendas de relator (RP9), que originaram o orçamento secreto, declarado inconstitucional pelo STF em 2022. Os recursos destinados às RP9 foram redistribuídos para as emendas de comissão.

“As emendas de comissão são uma incorporação do que era o orçamento secreto, quando lá atrás, durante o governo Bolsonaro, havia bilhões em recursos que não se sabia quem indicou e não se sabia para onde. Isso caiu a partir de uma ação do PSol, na época a relatora era a ministra Cármen Lúcia, e a manobra que o governo fez foi transformar em emenda de comissão. Agora, é o líder da bancada que vai indicar o recurso, não importando se a pessoa é ou não daquele estado”, disse Sâmia.

Por Israel Medeiros do Correio Braziliense

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados / Reprodução Correio Braziliense

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