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Criador de ‘Adolescência’, da Netflix, rebate teoria de Musk: ‘série não é baseada em história real’

O roteirista britânico Jack Thorne, responsável pela série Adolescence, fenômeno recente da Netflix,...

O roteirista britânico Jack Thorne, responsável pela série Adolescence, fenômeno recente da Netflix, se pronunciou após acusações de que a produção teria “trocado a raça” do personagem central, supostamente inspirado em um crime real.

A teoria, amplificada por Elon Musk nas redes sociais, foi rejeitada por Thorne. “Não há absolutamente nenhuma parte disso baseada em uma história real, nem um único elemento”, disse ele em entrevista a um podcast britânico.

A minissérie de quatro episódios, protagonizada por Stephen Graham, Ashley Walters e Erin Doherty, narra a história fictícia de um garoto de 13 anos envolvido em um assassinato. Os criadores reforçam que, embora o enredo dialogue com casos ocorridos no Reino Unido, nenhuma parte da produção se baseia diretamente em um crime real.

A polêmica começou após uma publicação no X (antigo Twitter) alegar que a trama teria adaptado, com mudanças raciais, o caso de um jovem assassino britânico conhecido na mídia. A postagem sugeria que a escolha de um ator branco no papel do criminoso seria uma forma de “propaganda anti-branca”. Elon Musk, sem endossar abertamente a acusação, reagiu ao conteúdo com um simples “Wow”, o que ampliou a disseminação da teoria.

Discussão foca em gênero, não em etnia
Com experiência em roteiros inspirados em fatos, Jack Thorne afirmou que nunca cogitou construir a história com base em um evento específico. Para ele, associar o problema da violência juvenil exclusivamente a uma etnia é não apenas incorreto, mas também perigoso.

“Dizer que apenas meninos negros cometem crimes com faca é uma afirmação absurda e falsa”, disse o roteirista. “O que buscamos é entender como certos comportamentos masculinos são moldados por influências externas. A discussão aqui é sobre identidade e pressão social — não sobre raça.”

A repercussão da série não se limitou às redes. A produtora Hannah Walters disse à Variety que a obra despertou reflexões em públicos diversos, incluindo adolescentes. Nas primeiras duas semanas, a minissérie alcançou 66,3 milhões de visualizações globais, segundo dados da Netflix.

Walters também recebeu relatos de jovens que, após assistirem à série, conseguiram abordar temas sensíveis com seus pais. Entre os assuntos mencionados, estão a influência de fóruns virtuais de incels, a solidão masculina e o papel da internet na radicalização de comportamentos.

Por Da Redação

Foto: Netflix/Reprodução / Reprodução Exame.

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